terça-feira, 1 de abril de 2014

TESTE ANTI-HIV / AIDS E A GESTAÇÃO


O diagnóstico da infecção pelo HIV, no início da gestação, possibilita melhor controle da infecção materna e melhores resultados na profilaxia da transmissão vertical deste vírus. Por este motivo, obrigatoriamente este teste deve ser oferecido, com aconselhamento pré-teste, para todas as gestantes na primeira consulta do pré-natal, independente de sua aparente situação de risco para o HIV. Cabe à mulher a decisão de realizá-lo ou não.

• Aconselhamento pré-teste
- O profissional deve avaliar os conhecimentos da gestante sobre a infecção pelo HIV/AIDS e outras DSTs e informá-la sobre o que ela não sabe, especialmente acerca de seu agente etiológico, meios de transmissão, sobre a diferença entre ser portador da infecção e desenvolver a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), sobre os conceitos de ”vulnerabilidade” e “situações de risco acrescido” e sua importância na exposição ao risco para infecção pelo HIV, em ocasião recente e pregressa;
- Explicar o que é o teste anti-HIV, os dois tipos de teste que podem ser realizados (convencional e de rápido diagnóstico), como é feito, o que mede, suas limitações e o significado dos resultados negativos, indeterminado e positivo;
- Esclarecer os benefícios do diagnóstico precoce na gravidez para mulher e para o bebê, reforçando as chances de reduzir a transmissão vertical pelo acompanhamento especializado e as medidas profiláticas durante a gestação, no parto e pós-parto e controle da infecção materna;
- Garantir o caráter confidencial e voluntário do teste anti-HIV. 
Durante todo este processo, a gestante deverá ser estimulada a expressar seus sentimentos e dúvidas em relação a essas informações.

• Aconselhamento pós-teste

Resultado negativo

Deverá ser interpretado em função das situações de vulnerabilidade apresentadas pela gestante. Todo resultado de sorologia anti-HIV reflete situações vividas até 60 dias antes da data da coleta do material para o exame. Esse período, de aproximadamente dois meses, é o que se chama de janela imunológica, ou seja, o tempo entre a infecção pelo HIV e a produção de anticorpos em quantidade suficiente para ser detectada pelos testes. Resultado negativo em gestantes sem situações de maior vulnerabilidade significam que a mulher não está infectada. Entretanto, se ela apresentou alguma situação de risco e foi infectada recentemente, esse exame pode resultar negativo, por estar a gestante em período de janela imunológica. Nesses casos, a necessidade de novo teste anti-HIV poderá ser considerada pelo profissional, devendo ser repetido entre 30 e 60 dias, orientando-se a mulher e seu parceiro para o uso de preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais. O profissional de saúde deverá colocar-se à disposição da mulher para prestar esclarecimentos e suporte durante o intervalo de tempo em que transcorrer o novo exame.

Em todos os casos, o profissional deverá:
-discutir o significado do resultado;
-reforçar as informações sobre os modos de transmissão do HIV, de outras DSTs e as medidas preventivas;
-reforçar as informações de que teste negativo não significa prevenção nem imunidade;
-informar que o teste deve ser repetido no início do terceiro trimestre e a cada nova gestação. 

Resultado indeterminado

Esse resultado poderá refletir duas situações:
a) um resultado inconclusivo, decorrente de fatores que interferem com a reação do teste (hormônios, doença autoimune etc.) ou;
b) uma infecção recente, com produção de anticorpos HIV ainda em quantidade insuficientes para serem detectadas pelo teste utilizado. Nesta situação, o teste deverá ser repetido em 30 dias, orientando se a mulher e seu parceiro para o uso de preservativo em todas as relações sexuais. 

Diante desse resultado, o profissional deverá:
-discutir o significado do resultado;
-encorajar para nova testagem, oferecendo apoio emocional sempre que se fizer necessário;
-orientar para procurar o serviço de saúde, caso surjam sinais e sintomas não atribuíveis à gestação;
-reforçar sobre as medidas para prevenção do HIV e de outras DSTs.

Resultado positivo

Diante desse resultado, o profissional deverá:
- discutir o significado do resultado, reforçando a informação de que estar infectada pelo HIV não significa portar a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
- informar que existem medicações para controlar a infecção materna e reduzir o risco da transmissão vertical do HIV para o bebê.
- encaminhar a gestante aos serviços de referência existentes para acompanhamento especializado de gestantes com HIV-Aids.

• OBSERVAÇÃO:

O diagnóstico sorológico da infecção pelo HIV com uso exclusivo de testes rápidos foi instituído pelo Ministério da Saúde em julho de 2005, por meio da Portaria Ministerial nº 34. Inicialmente previsto para uso em Centros de Testagem e Aconselhamento e em locais de difícil acesso, o uso de testes rápidos tem sido usado para outras situações em que o diagnóstico precoce da infecção pelo HIV propicia o acesso oportuno aos protocolos assistenciais disponíveis.

ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO NO PLANEJAMENTO FAMILIAR

O artigo 226 da Constituição Federal cita a família como base da sociedade, que deve ter especial proteção do Estado; no parágrafo 7º deste mesmo artigo, cita: “a paternidade responsável e o planejamento familiar são de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito” (BRASIL, 1988). Com base neste artigo, a Lei 9.263, de janeiro de 1996, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidência da República, regulamenta o planejamento familiar como direito de todo cidadão, estabelecendo instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS), em todos os seus níveis, a garantir assistência à concepção e contracepção como parte das demais ações que compõem a assistência integral à saúde (BRASIL, 1996). Portanto, o planejamento familiar está dentro do contexto dos direitos reprodutivos, tendo como principal objetivo garantir às mulheres e aos homens um direito básico de cidadania, previsto na Constituição Brasileira: o de ter ou não fi lhos/as. Saiba mais: Veja a Lei 9.263, de 12 de janeiro de 1996.

Atuação do profissional enfermeiro no planejamento familiar

Os fatores que afetam a ocorrência de gravidez incluem a fecundidade dos parceiros, o momento do coito em relação à ovulação, o método usado, sua efetividade e seu uso correto. A atuação do profi ssional da Enfermagem tem grande importância nos fatores que afetam a ocorrência da gravidez. A atuação destes profissionais na Atenção Básica envolve atividades educativas, atividades clínicas, atividades de acompanhamento e aconselhamento. Estas atividades devem ser desenvolvidas de forma integrada com a equipe da Estratégia Saúde da Família, de forma a oportunizar práticas de ações educativas e outras práticas que abrangem todos os aspectos da saúde integral da mulher.

Métodos contraceptivos

O Sistema Único de Saúde (SUS) reforçou a assistência ao planejamento familiar em 2007, com a Política de Planejamento Familiar, aumentando o acesso a vasectomias e laqueaduras, ampliando a distribuição de preservativos e facilitando a venda de anticoncepcionais orais e injetáveis através da Farmácia Popular. Atualmente, as mulheres em idade fértil podem contar como oito métodos contraceptivos disponibilizados pelo SUS. A assistência de enfermagem no planejamento familiar na Atenção Básica pressupõe a oferta de todas as alternativas de métodos anticoncepcionais aprovadas pelo Ministério da Saúde, bem como o conhecimento de suas indicações, contraindicações e implicações de prescrição e uso, garantindo à mulher, ao homem ou ao casal os elementos necessários para a opção livre e consciente do método que a eles melhor se adapte. Para decisão do método anticoncepcional a ser utilizado, deve se levar em consideração: efi cácia do método, efeitos secundários, aceitabilidade, disponibilidade, facilidade de uso, reversibilidade, proteção a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e infecção pelo HIV, condições econômicas, características da personalidade da mulher e/ou do homem, fase da vida, padrão de comportamento sexual, aspirações reprodutivas, medo, dúvidas e vergonha, estado de saúde e critérios clínicos (BRASIL, 2002).

FIQUE SABENDO:
A Lei 9.263, de janeiro de 1996 define as práticas da laqueadura de trompas e da vasectomia dentro das alternativas de anticoncepção, definindo critérios para sua utilização e punições para os profissionais de saúde que as realizarem de maneira inadequada e/ou insegura.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Um simples copo de leite ou um pedaço de queijo pode fazer mal para quem tem intolerância à lactose. A pessoa sente náusea, gases, inchaço, diarreia e assadura na região anal.
Segundo dados brasileiros, 70% dos adultos têm algum desses sintomas após consumir leite de vaca ou derivados. Em países como Japão e alguns do continente africano, praticamente todos os habitantes com mais de 80 anos têm algum grau de intolerância.
A doença ocorre porque o indivíduo nasce sem uma enzima que quebra a lactose, o açúcar do leite, ou porque deixa de produzi-la ao longo da vida, seja pelo envelhecimento ou por lesões no intestino.
A gravidade dos sinais, que podem aparecer logo após a ingestão de leite ou depois de horas, depende da quantidade de alimento e de quanta lactose cada pessoa é capaz de suportar.
Segundo o gastroenterologista Flavio Steinwurz e a nutricionista Camila Diniz, qualquer alimento que contém lactose pode fazer mal, como leite de vaca ou cabra, queijo branco, manteiga, margarina, requeijão, iogurte, pudim, bolo, creme de leite, leite condensado, biscoito ao leite, pão de leite, pizza de muçarela e a maioria dos adoçantes em pó.
Em geral, iogurtes podem ser mais bem tolerados que o leite, porque parte do açúcar é fermentada. Porém, a maioria dos iogurtes, especialmente os de consistência firme ou cremosa, contêm leite em pó e/ou soro de leite, para melhorar a textura. Além disso, alguns iogurtes apresentam o mesmo percentual de lactose que o leite de vaca: cerca de 5%.
De acordo com o Conselho Nacional de Laticínios dos EUA (NDC, na sigla em inglês), as muçarelas de búfala e cabra contêm 2% de lactose, menos da metade do teor de um copo de leite ou iogurte. Dependo do grau de intolerância do paciente, esses queijos podem ser substitutos na dieta.
Para não ficar em dúvida, leia sempre o rótulo e verifique se o produto inclui lactose na formulação. Remédios também podem incluir lactose – por isso, veja a bula.

Diagnóstico
É feito por dois testes. No primeiro, que é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente recebe uma dose de lactose em jejum e, depois de algumas horas, são colhidas amostras de sangue que indicam os níveis de glicose. Se não houver alteração, a pessoa é intolerante à lactose.

Há também um exame respiratório que custa cerca de R$ 120 e monitora a quantidade de hidrogênio nos gases exalados após a ingestão da lactose.
É importante não confundir a intolerância à lactose com outras doenças ou disfunções que podem causar quadro similar.
São elas:
- Alergia à proteína do leite (caseína)
- Síndrome do intestino irritável
- Doença celíaca
- Doença de Crohn
- Colite ulcerativa
- Alergias alimentares
- Endometriose

Para quem estiver com suspeita de intolerância à lactose e quiser fazer um teste em casa, basta retirar da alimentação os leites e derivados durante uma semana. Se o desconforto sumir, pode estar aí o motivo.
Tratamento
Não há tratamento para aumentar a capacidade de produzir lactase, mas os sintomas podem ser controlados por meio de dieta e medicamentos.

O que evitar
- Leite de vaca
- Leite de cabra
- Queijo fresco
- Manteiga
- Requeijão
- Creme de leite
- Iogurtes (costumam ser mais bem tolerados que o leite)
- Bolachas, bolos e pudins
- Adoçantes em pó

Opções de leite e derivados para intolerantes
- Leite com baixa lactose
- Leite de soja
- Leite de arroz
- Queijos brie, camembert, roquefort, cheddar, parmesão, prato e emmental (são mais gordurosos e calóricos que os brancos).

Outros alimentos sem lactose
- Pão francês
- Presunto
- Geleia
- Adoçante em gotas
- Café
- Maionese
- Azeite
- Salada de frutas

Importância do cálcio
O leite e seus derivados são ricos em proteínas, vitaminas e a principal fonte de cálcio da alimentação, nutriente fundamental – junto com a vitamina D – para a formação e a manutenção da massa óssea.

Tomar de dois a três copos de leite por dia contribui para um adulto atingir suas recomendações de cálcio. O iogurte também pode ser uma opção para garantir esse fornecimento. Crianças, adolescentes, grávidas e idosos devem consumir mais leite e derivados que as demais pessoas.
É recomendável, porém, que o leite não seja ingerido durante as refeições principais (almoço e jantar), pois o cálcio pode atrapalhar a absorção do ferro de origem vegetal, e vice-versa. Uma xícara de espinafre fornece aproximadamente 25% das necessidades diárias.
O gergelim é outra fonte de cálcio, tanto o torrado quanto o branco, apesar de este ser digerido com mais facilidade. Duas colheres de sopa por dia correspondem a um copo de leite.
Recomendação diária de cálcio
Crianças (0-8 anos): 200 a 800 mg
Crianças/adolescentes (9-18 anos): 1.300 mg
Adultos (19-50 anos): 1.000 mg
Adultos (mais de 50 anos): 1.200 mg
Gestantes e lactantes: 1.000 a 1.300 mg

Alimentos ricos em cálcio
- Feijão
- Ovos
- Couve, brócolis, espinafre e verduras escuras em geral
- Repolho, nabo, figo, uva passa, cenoura e laranja
- Amêndoas e nozes
- Gergelim
- Queijo de soja (tofu)
- Sardinha, marisco e algas

Alimentos que interferem na absorção de cálcio
- Produtos com excesso de sódio, como os industrializados, embutidos e enlatados
- Itens ricos em fitatos: farelo de trigo e alguns cereais
- Alimentos ricos em xantinas: café, chá preto e chá mate.

(Fonte: www.g1.globo.com)