sábado, 26 de maio de 2012

Fibromialgia

A fibromialgia é uma síndrome dolorosa não-inflamatória, caracterizada por dores musculares difusas, fadiga, disturbios de sono, parestesias, edema subjetivo, distúrbios cognitivos e dor em pontos específicos sob pressão (pontos no corpo com sensibilidade aumentada ou tender-points).
Várias pesquisas indicam que anormalidades na recepção dos neurotransmissores são frequentes, em pacientes com fibromialgia. Essas alterações podem ser o resultado de stress prolongado grave. Depressão maior e transtornos de ansiedade, especialmente transtorno de estresse pós-traumático, são comorbidades comuns. Dentre os vários prováveis responsáveis pela dor constante estão problemas no sistema dopaminérgico, no sistema serotoninérgico, no hormônio de crescimento, no funcionamento das mitocôndrias e/ou no sistema endócrino.

Sintomas

A fibromialgia é um estado de saúde complexo e heterogêneo no qual há um distúrbio no processamento da dor por mais de 3 meses associado a outras características secundárias como:
  • Fadiga
  • Problemas no sono (dificuldade pra dormir, agitação e acordar regularmente)
  • Rigidez matinal
  • Parestesias/Discinesia (Como formigamento ou dormência nos dedos)
  • Problemas de concentração e memória)
  • Sensação de edema
A palavra Fibromialgia deriva do latim fibro (tecido fibroso: tendões, fáscias), do grego mio (tecido muscular), algos (dor - algós) e ia (condição).
É entidade nosológica reconhecida desde meados do século XIX com outras denominações - fibrosite, dor muscular crónica, reumatismo psicogénico, mialgia por tensão, ou mesmo confundida com sintomas de somatização.
  • A síndrome de fibromialgia ou somente fibromialgia é classificada como sendo um dos tipos de Reumatismos Extra-articulares, dos quais fazem parte as tendinites (tendinoses), as mialgias (dores musculares em geral), Síndrome do túnel do carpo e tarso, bursites não infecciosas, entre outras. Pela denominação da sua classificação, a fibromialgia não acomete as articulações, como ocorre com os outros tipos de reumatismos. Afecta apenas as chamadas "partes moles". Há cada vez mais evidências que esta síndrome seja causada por lesões musculares que permanecem no corpo de alguns indivíduos, provoca dores generalizadas nos músculos, ligamentos, tendões e fáscias (tipo de tecido fibroso que envolve todas as estruturas do corpo, inclusive as citadas anteriormente).
  • As dores da fibromialgia podem variar de níveis de intensidade dependendo do paciente, de quais são os pontos do corpo afetados, de qual o estágio da síndrome ele se encontra naquele momento, se ele está ou não em crise, pelas condições do clima, do equilíbrio hormonal (nas mulheres), do estado psico-emocional, entre outros fatores. As dores podem variar desde uma simples sensação dolorosa até níveis insuportáveis ao toque da(s) área(s), ao movimento ou também com o corpo inerte (parado). Podem-se manifestar por períodos de horas, dias, meses ou permanentemente, em áreas diversas ou mais localizadamente.
  • Portanto, geralmente as dores apresentam-se distribuídas pelo corpo e não necessariamente têm de ter simetria, ou seja, elas podem variar de intensidade de um lado em relação ao outro. As dores podem ou não ser acompanhadas de manifestações associadas. Destas últimas, as mais frequentes são: alterações quantitativas e qualitativas do sono ou distúrbios do sono, fadiga, cefaleias, alterações cognitivas (p. ex: problemas de memória e concentração), parestesias/disestesias (amortecimentos), irritabilidade emocional e, em cerca de 75% dos casos, depressão, entre outras. Há citações de haver praticamente perto de 200 manifestações associadas já catalogadas.
  • Trata-se de um acometimento musculoesquelético não articular, cujos critérios de diagnóstico foram estabelecidos pelo Colegiado Americano de Reumatologia (CAR) em 1990. Desde essa época, foram adotados pela comunidade científica no mundo ocidental - inclusive Portugal e Brasil.
  • Não possui um método de diagnóstico directo, portanto há a necessidade de se diagnosticar tal síndrome por exclusão. Ou seja, o médico necessitará fazer vários exames de imagem e de laboratório para excluir a possibilidade de os sintomas serem provocados por algum outro acometimento e se acaso o resultado for negativo para estes, o profissional tocará os pontos pré-determinados para o diagnóstico de fibromialgia e constatará ser de facto a síndrome.
  • A Associação Brasileira de Reumatologia recomenda aos médicos que sejam excluídos ao se fazer o diagnóstico de fibromialgia os seguintes acometimentos:
      • Síndrome da dor miofascial;
      • Outros reumatismos extra-articulares;
      • Polimialgia reumática e artrite de células gigantes;
      • Polimiosites e dermatopolimiosites;
      • Miopatias endócrinas: hipotiroidismo, hipertiroidismo, hiperparatiroidismo, insuficiência adrenal, hiperglicemia; miopatia metabólica por álcool;
      • Neoplasias;
      • Doença de Parkinson;
      • Efeito colateral de drogas: corticosteróide, cimetidina, estatina, fibratos, drogas ilícitas .
  • Os pontos avaliados são em total 18, sendo que ao se constatar dor intensa em 11 ou mais, confirma-se o diagnóstico.

  • Há algumas correntes de clínicos e pesquisadores que não aceitam apenas estes pontos e dependendo do conjunto de sintomas que o paciente apresente - excluindo os acometimentos citados acima - afirmam que os casos podem ser perfeitamente enquadrados como sendo fibromialgia.
  • A Fibromialgia encontra-se incluída na Décima Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), da Organização Mundial da Saúde, atualmente com código individualizado (M79.7).
  • Esta síndrome tem como característica causar muito sofrimento para os seus portadores. Quanto mais avançado o estágio, maior os sofrimento, principalmente para o psicológico.
  • A Fibromialgia, de forma direta, não oferece risco de morte. Porém, de forma indireta, ela poderá trazer sérias consequências ao portador. Como a maioria necessita de administração de medicamentos muito fortes para a dor por longos períodos (anos, décadas - tais como: anti-inflamatórios, analgésicos e até morfina ou os seus derivados (em casos mais graves)- o fibromiálgico poderá ficar vulnerável a ter algum problema sério de saúde e vir a não perceber, ou perceber muito tarde. Se acaso o paciente com fibromialgia tiver por exemplo: pneumonia, apendicite, infecção urinária, úlcera, etc., estes problemas podem ser percebidos quando já estiverem em estado avançado, pois as medicações tiram as dores iniciais destes acometimentos e elas também não permitem que a febre se manifeste tão facilmente. Assim, o portador de fibromialgia deve estar muito atento para que não passe a correr riscos por causa da necessidade do uso das medicações para dor por tempo prolongado.
  • É melhor para o paciente que ele procure formas não medicamentosas de lidar com a doença, de maneira a evitar assim os riscos com a sua saúde.
A causa e os mecanismos que provocam fibromialgia não estão perfeitamente esclarecidos dentro da medicina, porém existem vários mecanismos prováveis, dentre eles:
  • O mau funcionamento das mitocôndrias das células.
  • Lesões músculo-esqueléticas que vão se acumulando com o decorrer do tempo. Os traumatismos provocados por quedas, esforço exagerado, acidentes, etc., em alguns indivíduos, podem permanecer latentes até por décadas e com o acúmulo deles no corpo, se poderá chegar a um momento em que eles se generalizem por quase todas as áreas. Tanto isso é verdade, que algumas técnicas terapêuticas naturais já conseguem reverter todo o quadro de fibromialgia apenas tratando individualmente cada área acometida. No final, se tem um indivíduo retornando à vida normal e fazendo atividades semelhantes a alguém que nunca teve fibromialgia.
  • A diminuição de serotonina e o aumento de neurotransmissores, como da substância P, provocam maior sensibilidade à dor e podem estar implicados na diminuição do fluxo de sangue que ocorre nos músculos e tecidos superficiais encontrados nos casos de fibromialgia. Porém, diversos trabalhos científicos comprovam que outros acometimentos que causam dor crônica intensa também provocam os mesmos problemas, donde vem a suspeita de não ser este o motivo das dores desta síndrome e sim, apenas uma reação normal do organismo quando está sob uma situação dolorosa intensa. Alterações serotoninérgicas já foram compravas nos portadores, porém medicamentos que aumentam a serotonina (ISRS) tem eficácia bastante limitada e alguns medicamentos eficazes bloqueiam um tipo de serotonina (5-HT3).
  • Não há nenhuma evidência científica concreta que possa se afirmar que a fibromialgia seja causada por problemas emocionais. A ciência já provou, apesar de muitos desconhecerem este fato, inclusive alguns profissionais, que as dores da fibromiagia são geradas realmente nas áreas que o fibromiágico diz existir e não por sugestão ou influência psicológica. Na verdade, o que está comprovado é que apenas as crises desta síndrome podem ser provocadas pelas tensões emocionais. Ou seja, os pontos dolorosos permanecem latentes (escondidos) e quando a tensão emocional gera tensão física, esta última é o motivo de desencadear uma crise de fibromialgia. Mas desencadear a crise, não significa ser a causa da síndrome, apenas um agente desencadeador de crises.
  • Também não há evidências concretas científicas que indiquem que a fibromialgia seja gerada por problemas na modulação da dor pelo Sistema Nervoso Central. Ou seja, um fibromiálgico sentiria muito mais dor do que um indivíduo normal, pois teria um problema no Sistema Nervoso Central - principalmente cérebro - que o tornaria extremamente sensível à dor. Isso já está provado não ser verdade, pois indivíduos com outras dores crônicas severas em áreas específicas do corpo também se tornam bem mais sensíveis por praticamente todo o corpo. Sabe-se que o aumento significativo de Substância P e outros neurotransmissores gerados pela área muito afetada estejam aumentando a sensibilidade do corpo como um todo - Semelhante ao que ocorre na fibromialgia.
A dor pode ser tratada pela tentativa de solucionar o problema das mitocondrias. Pode-se fazer uso de medicamentos naturais como Carnitina, Isotonicos e vitaminas que aliviam não apenas os sintomas mas também educa o funcionamento das células fazendo com que as mesmas regularizem a produção de energia e respiração diminuindo ou até findando a dor.
O tratamento da fibromialgia inclui medicamentos e medidas assistência fisioterapêutica. Por ser uma doença idiopática (de causa desconhecida), a ênfase deve ser dada à redução dos sintomas de dor e na melhora da saúde de maneira geral.
Medicamentos APROVADOS para fibromialgia:
  • Antidepressivos, especialmente ISRS e ISRSN.
  • Analgésicos, inclusive opiáceos leves
  • Tramadol
  • Relaxantes musculares.
  • Pramipexol
  • Tropisetrona
  • Zopiclona e o Zolpidem (para distúrbios do sono)
  • Gabapentina
  • Pregabalina
Medicamentos que devem ser evitados (Não recomendados pelos especialistas):
  • Corticosteroides
  • Clonazepam
  • Tinazidina
  • Alprazolam
  • Anti-inflamatórios não esteroides
A prática de atividade física moderada é considerada essencial no tratamento convencional da fibromialgia. Muitos pacientes conseguem manter a qualidade de vida com pouca medicação e prática regular de exercícios moderados. A indicação desses exercícios deve ser personalizada, orientada por um profissional capacitado, pois o excesso pode causar dores e crises que acabam inviabilizando a prática constante.
A eutonia, uma técnica de educação corporal e autoconhecimento do corpo, demonstrou ser eficaz como associação ao tratamento usual na diminuição de dor.
Exercícios suaves, meditação e massagem são práticas de medicina complementar que, associadas ao tratamento médico, podem auxiliar a aliviar os sintomas de quem é afetado por esta síndrome. A Fisioterapia ameniza as dores, provoca relaxamento usando a eletroterapia (Ondas Curtas, Microondas) o Turbilhão, usado com água morna que tem efeito relaxante como os demais recursos eletroterápicos descritos. Além disso, os alongamentos e massagens terapeuticas são usadas para "soltar" os pontos de tensão.
É fundamental que o profissional que realiza a prática conheça os sintomas específicos relacionados à doença e trabalhe orientado pelo médico de acordo com a situação específica de cada paciente.
Também, há estudos que mostram que a Coenzima Q10 pode ser um sumplemento alimentar que auxilie no tratamento dessa síndrome.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Dor e sinais vitais

1 DOR

CONCEITO: É um sintoma com componentes sensoriais, cognitivos e afetivo-motivacionais.

Tipos

Transitória: breve duração, sem maiores conseqüências.
Aguda: lesão tecidual + dor + ansiedade.
Crônica: persistência após recuperação da lesão, nem sempre relacionadas. Refratária ao tratamento. Relacionada com alterações emocionais.
Cutânea: intensidade variável, local e "qualidade" exatos do estímulo.
Profunda: músculos, tendões, articulações e fáscias.
Visceral: pode ser desencadeada por estímulos tais como distensão, tração, inflamação, isquemia, e contração espasmódica. Qualidade variável: coração = "aperto", pleura = "fincada", vísceras ocas = "torção", etc. É percebida nas regiões correspondentes à projeção embriológica do órgão.
Referida: é profunda e projeta-se à distância, seguindo a distribuição metamérica. Seria o resultado da convergência neuronal das vias aferentes cutâneas e profundas em um mesmo segmento. Não tem localização muito precisa e é contínua.
Irradiada: é superficial e profunda, conseqüência da irritação direta de um nervo sensitivo ou misto.

Características semiológicas

Localização: aonde a dor está sendo sentida; é útil pedir ao paciente para indicar o local. Deve ser usada a nomenclatura da superfície corporal.
Irradiação.
Caráter ou qualidade: em queimação, em pontada, pulsátil, em cólica, surda, constritiva, contínua, provocada.
Intensidade: característica relativa, podendo ser leve, moderada, intensa ou muito intensa.
Duração: início; se for periódica, também, a de cada crise.
Evolução.
Relação com as funções orgânicas.
Fatores desencadeantes ou agravantes.
Fatores atenuantes.
Manifestações concomitantes.

Principais síndromes de dor

Pós-herpética, pós-trauma medular, da avulsão de plexos (braquial ou lombar), do membro fantasma, do coto de amputação, causalgia, do câncer e outras.


2 - SINAIS VITAIS

Os sinais vitais do paciente são: temperatura, pulso, respiração e pressão arterial. Os sinais vitais devem ser verificados com cautela, avalie se o paciente tem condições para que você possa comentar os resultados.

Temperatura

A temperatura é a medida do calor do corpo: é o equilíbrio entre o calor produzido e o calor perdido.
Tempo para deixar o termômetro no paciente é de: 5 a 10 minutos.

Valores normais da temperatura:

É considerado normal 36o. a 37o.C
Temperatura axilar: 36o.C a 36,8o.C
Temperatura inguinal: 36o.C a 36,8o.C
Temperatura bucal: 36,2o.C a 37o.C
Temperatura retal: 36,4o.C a 37,2o.C
Termos corretos:

Afebril: 36o.C a 37o.C
Estado febril: 37,5o.C a 37,8o.C
Febre: 38o.C a 38,9o.C
Pirexia: 39o.C a 40o.C
Hiperpirexia: acima de 40o.C
Hipotermia: temperatura abaixo de 35o.C
Hipertermia: de 38o. a 40o.C.
Pulso

Pulso é a pressão sangüínea sentida contra a artéria a medida que o coração contrai e relaxa.
O pulso radial é habitualmente o mais verificado.

Termos corretos:
Bradicardia: pulso lento
Taquicardia: pulso rápido.
Média normal do pulso:

Lactentes: 110 a 130bpm(batimentos por minuto)
Abaixo de 7 anos: 80 a 120bpm
Acima de 7 anos: 70 a 90bpm
Puberdade: 80 a 85bpm
Homem: 60 a 70bpm
Mulher: 65 a 80bpm
Acima de 60 anos: 60 a 70bpm.

Respiração

A principal função da respiração é suprir as células do organismo de oxigênio e retirar o excesso de dióxido de carbono.

Alterações na respiração:

Apnéia: período sem respiração
Bradipnéia: respiração lenta
Dispnéia: respiração difícil e trabalhosa
Estertor: ruído na respiração parecido com roncos
Normopnéia: respiração na freqüência normal
Taquipnéia: respiração rápida e superficial
Ortopnéia: só consegue respirar melhor quando está sentado
Cheynes-Stockes: períodos de dispnéia, bradipnéia e apnéia
Biot: períodos de apnéia ( mais ou menos 30 segundos)
Kussmaul: respiração profunda seguida de agonica ou estertorosa.
Valores normais:

Homem: 16 a18 mpm(movimentos por minuto)
Mulher: 18 a 20mpm
Criança: 20 a 25mpm
Lactentes: 30 a 40 mpm

Pressão Arterial

É a medida da força do sangue contra as paredes das artérias. A verificação da pressão arterial Compreende verificar a pressão máxima chamada sistólica e a pressão mínima chamada diastólica.

Valores normais ( para adultos):

Pressão sistólica:entre 90 e 140mmHg
Pressão diastólica:entre 60 e 90mmHg.
Termos corretos:

Normotenso: pressão arterial normal
Hipertenso: acima dos valores normais
Hipotenso: abaixo dos valores normais.

Amigdalite

Amígdalas palatinas

As amígdalas palatinas ou tonsilas, são duas proeminências de tecido linfóide com cerca de 3 a 5 cm de diâmetro, localizadas nas faces laterais do segmento médio da faringe ou orofaringe.
Estas formações, que desempenham uma função defensiva no organismo, estão literalmente revestidas por um manto com inúmeras vilosidades microscópicas, com o objectivo de reter e filtrar os microrganismos presentes no ar e nos alimentos.
O tecido interno das amígdalas é muito rico em glóbulos brancos, células imunitárias capazes de detectar, identificar e eliminar os microrganismos, desactivando-os e eliminando-os. No interior das amígdalas originam-se inúmeros canais que desaguam na superfície e cuja função é drenar um líquido que contém resíduos celulares e restos de microrganismos. O líquido drenado desloca-se, juntamente com a saliva, até ao tubo digestivo.
Na verdade, as amígdalas desempenham uma função defensiva muito importante ao longo da infância, mas a partir da puberdade as suas dimensões e o seu papel na defesa orgânica diminuem. Por isso, a amigdalite é uma doença mais comum na infância.

Causas

A inflamação das amígdalas produz-se, normalmente, devido a uma infecção por vírus ou por bactérias de vários tipos. É preciso destacar que as amígdalas estão situadas num segmento da faringe onde a via aérea conflui com a digestiva, sendo assim comum que os microrganismos presentes no ar ou nos alimentos contactem directamente com a sua superfície e produzam uma infecção, quando a sua quantidade é tão elevada ou a sua virulência é tão grande que supera a capacidade defensiva. Todavia, na maioria dos casos, a amigdalite é provocada por uma propagação de microrganismos de tecidos vizinhos afectados por processos infecciosos agudos, tais como uma constipação, uma faringite difusa ou uma laringite.
As amigdalites também se podem apresentar como apenas mais uma manifestação em várias doenças infecciosas.

Tipos e manifestações

De acordo com a forma de evolução, a doença pode-se classificar em dois tipos:

Amigdalite aguda. Particularmente frequente nas crianças com mais de 3 anos de idade, a doença apresenta-se de forma súbita, fruto de uma infecção pontual e, na maioria dos casos, caso se proceda ao tratamento adequado, desaparece entre cinco a sete dias.
Ao início, o sintoma mais evidente costuma ser febre, que frequentemente ultrapassa os 39°C, acompanhada por mal-estar geral, sensação de prostração, sudação e dores de cabeça.
Um outro sintoma característico, por vezes o primeiro a surgir, é a dor de garganta, que se intensifica ao mover a cabeça e ao engolir. As amígdalas encontram-se inchadas e vermelhas, sobretudo quando o processo infeccioso é de origem bacteriana, formando-se acumulações de pus na sua superfície que se observam como pontos brancos. Além disso, quando a dilatação é considerável, a deglutição é mais difícil e a voz torna-se nasalada, já que parte do ar expirado vê-se obrigado a desviar-se para o nariz. Por outro lado, é muito comum a inflamação dos gânglios linfáticos do pescoço, os quais podem ser palpados com facilidade.

Amigdalite crónica. Quando os processos infecciosos agudos se repetem com alguma frequência, os microrganismos causadores podem chegar a instalar-se de forma permanente nas amígdalas e provocar-lhes lesões persistentes. Nas crianças, as amígdalas podem crescer de maneira considerável (amígdalas hipertróficas), ao ponto de dificultarem, por vezes, a deglutição e até mesmo a respiração, sobretudo durante a noite. Noutros casos, as amígdalas tem a tendência para abrirem fendas (amígdalas crípticas), formando canais que libertam pus do seu interior. Nestes casos, existe um maior risco para ocorrer uma das complicações mais frequentes da amigdalite crónica - o desenvolvimento de um abcesso faríngeo. Por outro lado, nos adultos, a infecção crónica provoca uma destruição e atrofia das amígdalas, que adoptam uma tonalidade esbranquiçada. Por vezes, a amigdalite crónica não manifesta quaisquer sintomas; em alguns casos, são frequentes as dores de garganta, a formação de secreções mucosas abundantes ou purulentas, mau hálito e dificuldade em respirar e deglutir os alimentos.

Tratamento

Na amigdalite aguda, o tratamento inclui uma série de medidas para aliviar os sintomas, como a administração de analgésicos e antipiréticos, uma dieta leve e líquidos abundantes (nem muito frios, nem muito quentes). Caso o processo infeccioso seja de origem bacteriana, o médico deve prescrever o antibiótico mais eficaz contra o microrganismo responsável. Na amigdalite crónica, como estas medidas não costumam ser muito eficazes, nomeadamente quando os sintomas são muito graves ou quando existe perigo de complicações, coloca-se a hipótese de solucionar o problema através da extracção cirúrgica das amígdalas, uma intervenção denominada amigdalectomia.

domingo, 20 de maio de 2012

Maçã


A maçã é uma fruta comum e muitas vezes nos esquecemos da sua imensa importância nutricional. Ela é fonte de pectina (fibra solúvel) e de celulose (fibra insolúvel), essenciais para manter os nossos vasos sanguíneos livres de depósitos de colesterol, e também para deixar o intestino regulado como um relógio. Uma simples maçã fornece 4 gramas de fibras.
Também é muito rica em quercetina, um flavonóide com ação anti-inflamatória, além de catequinas, florizidina e ácido clorogênico, todos vigilantes em relação aos temidos radicais livres. Atenção: a maior parte da pectina e destes flavonóides está na casca da maçã.
Esta fruta protege contra câncer e reduz a incidência de asma – ela é excelente para os pulmões, principalmente por causa da florizidina. Além disso, é uma ótima fonte de potássio, vitamina A, C e ácido fólico. A maçã ajuda a saciar a fome, colabora para o emagrecimento, tem ação antienvelhecimento, e deixa a pele mais saudável e bonita.
Na cosmética utiliza-se ativos extraídos da fruta, com o ácido málico, utilizado em peelings e na renovação celular. Outro ativo promissor é a procianidina B2, que vem sendo pesquisada no tratamento da queda de cabelo e na calvície. O vinagre de maçã também tem ação na saúde e brilho dos cabelos, devido ao seu conteúdo de ácido málico, acido acético, potássio e enzimas.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Tuberculose


A tuberculose é uma doença infecciosa causada por um microorganismo chamado Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch. Pode afetar diferentes órgãos, mas o comprometimento pulmonar é o mais freqüente.

A transmissão da tuberculose é quase que exclusivamente por vias aéreas. Através da tosse de uma pessoa com tuberculose pulmonar são eliminadas gotículas contendo o microorganismo e podem infectar uma pessoa em contato íntimo e prolongado. A ocorrência ou não da infecção dependerá também do estado imunológico da pessoa. A infecção poderá permanecer latente sem produzir sintomas ou desenvolver a doença. Cerca de 10% das infecções latentes se tornam ativas em algum momento da vida.

A maioria dos casos de tuberculose é causada pela reativação da infecção adquirida anos atrás, mais freqüentemente na infância, e é mais comum em adultos e jovens. O estímulo para a reativação pode ser a supressão do sistema de defesa do organismo, como ocorre na AIDS, ou outros fatores como a desnutrição e deficiência de vitamina D. Outras condições associadas com a reativação da tuberculose são doença renal grave, diabetes mellitus, silicose, cirurgia de estômago e transplantes.

As pessoas com tuberculose pulmonar apresentam tosse com quantidades variáveis de escarro, que podem ou não conter sangue, por três semanas ou mais. Podem apresentar também dor no peito e falta de ar, febre, sudorese noturna, perda de apetite e perda de peso. A doença primária não tratada irá progressivamente envolver todo o pulmão e também se disseminar. Os sintomas presentes nesse estágio podem ser graves, com tosse e escarro contínuos, falta de ar acentuada, febre alta, sudorese intensa, fraqueza e grande perda de peso.


Todas as pessoas que apresentam tosse com escarro por mais de três semanas, acompanhada ou não dos outros sintomas da doença devem ser investigadas para a infecção da tuberculose. Alterações nos raios-X de tórax também podem ser vistas na tuberculose pulmonar. O diagnóstico definitivo de tuberculose, entretanto, requer a identificação do microorganismo nas secreções ou tecidos do paciente, como o exame do escarro. O tratamento é frequentemente iniciado antes do diagnóstico definitivo, entretanto a identificação do microorganismo é importante inclusive para testar a sensibilidade às drogas.

Existe também um teste para rastrear a exposição à tuberculose, é o chamado teste de Mantoux, mais conhecido como PPD. É realizado através de uma injeção intradérmica e medido através do tamanho da área da reação 48 horas após a aplicação. O diâmetro menor que 5mm é considerado como negativo e significa que não houve contágio com o bacilo ou que a vacina está protegendo a criança. O diâmetro entre 5 e 9 significa que não houve contágio com o bacilo de Koch, mas a vacina BCG está protegendo a criança, e acima de 10 significa que houve o contágio, e que pode ser um contágio recente.


Aproximadamente 8 milhões de pessoas em todo o mundo são coinfectadas pelo HIV e pela tuberculose. No Brasil, 8% dos pacientes com tuberculose também têm Aids. Os pacientes HIV positivos são mais susceptíveis à infecção pelo M. tuberculosis, já que a infecção depende do estado do sistema imunológico que está suprimido nesses pacientes. Subseqüentemente, aproximadamente 50% das pessoas com as duas infecções irão desenvolver a tuberculose clínica, e as taxas de reativação podem ser até 20 vezes maior que em pessoas não HIV positivas. A tuberculose clínica está associada com uma menor sobrevivência das pessoas com AIDS.


Ao contrário do que muitos pensam, a tuberculose tem cura. Desde de 1944 se conhece os medicamentos capazes de curar a tuberculose. Mas para que haja um controle efetivo da doença é indispensável que se detecte a tuberculose ativa e se institua o tratamento correto.

O tratamento da tuberculose é prolongado, durando no mínimo seis meses, e na maioria dos casos não é necessária a hospitalização. O uso de medicamentos inadequados ou administrados irregularmente, ou em doses inadequadas é causa importante de não cura da doença. Além disso, com o tratamento inadequado, o microorganismo pode se torna resistente e eventualmente ser transmitido para outros indivíduos, sendo seu tratamento mais complexo e de custo elevado.

Os principais medicamentos utilizados no tratamento da tuberculose são a izoniazida, rifampicina e pirazinamida. Após duas semanas tomando o medicamento não ocorre mais a transmissão.

A tuberculose latente deve ser detectada e tratada preventivamente nos indivíduos que apresentam os fatores de risco para a reativação.


A prevenção da tuberculose consiste na vacinação infantil e na detecção e tratamento precoce das pessoas com tuberculose.

BCG é a vacina contra a tuberculose feita com um tipo de bacilo semelhante ao bacilo de Koch, que permite ao organismo criar defesas contra a tuberculose, sem causar a doença.

O BCG é indicado para todas as crianças de 0 a 4 anos e é aplicada na pele do braço direito. A vacina contra a tuberculose faz parte das vacinas obrigatórias para as crianças no Brasil. Estima-se que o BCG ofereça proteção à criança por um período em torno de 10 anos.

terça-feira, 1 de maio de 2012

III Congresso de Investigação em Enfermagem Ibero-Americano e de Países de Língua Oficial Portuguesa

 Decorre de 12 a 15 junho de 2012, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Portugal.
Este Congresso é organizado pela Unidade de Investigação em Ciências da Saúde - Enfermagem [UICISA-E], acolhida pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e acreditada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.


Este evento é já uma imagem de marca no contexto das iniciativas de extensão internacional promovidas pela UICISA-E, com o objetivo de partilha de conhecimento no âmbito de investigação em saúde, educação e enfermagem. O Congresso, com edições anteriores em 2007 e 2009, pretende constituir-se como uma bienal fortalecendo a rede de investigação em Enfermagem de Ibero América e África.


O desenvolvimento de uma comunidade científica em Enfermagem, capaz de produzir conhecimento científico válido e útil, é uma condição necessária para uma melhoria contínua das práticas dos enfermeiros e afirmação do seu discurso científico no plano interdisciplinar.


Participem!

CONACS DIZ QUE A SEMANA FOI DE FATOS INÉDITOS EM BRASÍLIA

Os trabalhos da CONACS nessa semana representou uma grande vitória, pois a liderança do PT cedeu ao apelo dos Parlamentares e Agentes de Saúde presentes na Câmara de Deputados, e finalmente, assinou junto com os demais Líderes de Partido o requerimento de inclusão na Pauta para votação imediata do PL 7495/06.

-Uma semana de fatos inéditos

De forma pacífica a CONACS conseguiu mais um feito inédito na Câmara de Deputados, e em um só dia colheu aproximadamente 400 assinaturas de Deputados Federais de todos os Partidos dando apoio incondicional a VOTAÇÃO IMEDIATA do PL 7495/06, que regulamenta a EC 63/10.
Com uma estratégia perfeita, os mais de 500 ACS e ACE trazidos pelas Federações de Pernambuco, Bahia e Maranhão, e liderados pela CONACS ocuparam todos os Anexos da Câmara de Deputados, visitaram os 513 gabinetes, e juntos marcaram presença até à meia noite nas galerias do Plenário Ulisses Guimarães, nos dois dias de mobilização.
Contando ainda com a participação de lideranças dos Estados de Goiás e do Rio de Janeiro, a CONACS realizou inúmeras reuniões com Parlamentares compromissados com a aprovação do PL 7495/06, tendo como resultado a entrega do requerimento de inclusão na pauta para votação do PL 7495/06 ao Presidente da Câmara Dep. Marco Maia (PT/RS), sendo essa uma das semanas que ficará na história, pois, pela primeira vez, mais de 15 parlamentares vestiram literalmente a camisa dos ACS e ACE e mostraram que estão juntos conosco nessa luta!

-Estratégias para a próxima semana

Para a próxima semana a mobilização será de responsabilidade da Federação Goiana dos ACS e ACE, e, portanto, a sua Presidente Ruth Brilhante desde já CONVOCA seus filiados a estarem na Câmara de Deputados no dia 02/05 a partir da 08:00h da manhã , já que a nossa próxima batalha será conseguir o apoio do Líder de Governo na Câmara, Deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP), única barreira que ainda resta para a votação do PL 7495/06.

Autorizado sua reprodução desde que seja garantida a identidade da autoria

TEXTO: Dra. Elane Alves de Almeida

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