domingo, 5 de fevereiro de 2012

Fisiologia Cardiovascular

O músculo cardíaco – o coração como uma bomba.
- Átrio funciona como um “primer pump” impulsionando o sangue para o ventrículo.
- Músculo cardíaco estriado.
- Envolto por fibras conjuntivas:
    - Endocárdio;
    - Miocárido;
    - Epicárdio (pericárdio)

- Sincício: estruturas chamadas de discos intercalares permitem fluxo de íons através das células musculares.
- Formado por 2 sincícios:
    - Sincício atrial
    - Sincício ventricular

Os potenciais de ação só podem ser transmitidos entre o átrio e o ventrículo através do feixe atrioventricular (ou feixe de His). Este sistema permite que o átrio se contraia pouco antes do ventrículo.
A freqüência cardíaca aumentada faz com que o tempo de contração-relaxamento do coração seja diminuído, não enchendo portanto, suas cavidades.
Ciclo cardíaco -
- De sístole a sístole = 1 ciclo cardíaco.
- Eletrocardiograma: registro de voltagem elétrica do coração. A onda P é causada pela dispersão de despolarização pelos átrios, seguido da contração atrial (pequena elevação da pressão arterial). Surge o complexo QRS = início da despolarização ventricular seguido pela contração ventricular. Ondas T terminam o processo mostrando a repolarização ventricular.

Obs. Em situações de dispnéia pode estar havendo falência atrial.
Sístole = 1/3 tempo ----------- Pressão = 120mmHg
Diástole = 2/3 tempo --------- Pressão = 80mmHg

Cálculo da pressão arterial média –
Leva-se em conta os diferentes tempos de sístole e diástole.
Válvulas cardíacas –
- Atrioventriculares (A-V) são:
    - Tricúspide (entre átrio direito e ventrículo direito).
    - Mitral (entre átrio esquerdo e ventrículo esquerdo).

- Semilunares:
    - Aórtica.
    - Pulmonar.

Estas válvulas impedem o refluxo do sangue nestas regiões.
Obs. Os músculos papilares e as cordas tendíneas ajudam neste sistema vascular (antirefluxo).
Relação das bulhas cardíacas com o batimento cardíaco –
Quando os ventrículos se contraem, ouve-se um primeiro som ao estetoscópio, causado pelo fechamento das válvulas atrioventriculares = primeira bulha cardíaca.
Quando as válvulas aórticas e pulmonares fecham-se, ao final da sístole = Segunda bulha cardíaca.
Perto do fim do primeiro terço da diástole (turbilhão) = terceira bulha cardíaca (sangue em direção aos ventriculos – quase cheios).
Inervações –
O coração é bem inervado pelo sistema nervoso autônomo simpático e também pelo parassimpático. O simpático forma uma rede de inervações ao redor do músculo cardíaco, já o parassimpático, sob ação do nervo vago, enerva principalmente os nodos.
Os efeitos simpáticos = aumento da freqüência cardíaca; aumento da força de contração do músculo.

Efeito da freqüência cardíaca sobre o funcionamento do coração como bomba –
Em geral: se aumentarmos a freqüência cardíaca, mais sangue será bombeado para a periferia numa maior força devido a regra de Frank-Starling. Esta regra propõe que quanto mais sangue (volume) chega ao músculo cardíaco maior será sua distensão e maior será sua força de sístole.
Temperatura: quanto maior a temperatura do organismo, maior será a freqüência cardíaca. Em pacientes com febre realmente pode-se observar o aumento da freqüência cardíaca.
Circulação: atende às necessidades dos tecidos (nutrientes, líquidos, hormônios).
    - Sistêmica: o mesmo que grande circulação.
    - Pulmonar: o mesmo que pequena circulação.

Componentes:
1) Artérias: transporta o sangue sob alta pressão. Rica em fibras elásticas em sua túnica média.
2) Arteríolas: últimos ramos do sistema arterial. Atuam como válvulas controladoras de sangue, alteram seus diâmetros com facilidade.
3) Capilares: trocam líquidos, nutrientes, gases, hormônios, eletrólitos, etc, com o tecido. São muito finos e permeáveis.
4) Vênulas: recebem o sangue vindo dos capilares.
5) Veias: transportam o sangue para o coração. São os reservatórios de sangue do organismo humano. Possuem paredes bem musculares na túnica adventícia.

Em resumo:
        Veias; vênulas = 64% de sangue.
        Artérias = 13% de sangue.
        Capilares = 7% de sangue.

Área de secção transversa e velocidade do fluxo sangüíneo –
Quanto maior a área de secção transversa, menor será a velocidade do fluxo sangüíneo. São grandezas inversamente proporcionais.

Funcionamento do sistema cardiovascular –
1. “Nunca” o tecido ficará sem seus nutrientes devido aos microvasos.
2. Sinais neurais influem na sua intensidade (débito cardíaco).
3. Pressão arterial é neuronalmente controlada.

Relações entre pressão, fluxo e resistência –
Fluxo (Q) é determinado:
        a) Variações de pressão (mmHg).
        b) Resistência vascular.
Q = ^P / R
Q = mL/min. ou L/min.

A pressão arterial pode ser controlada pelo fluxo multiplicado pela resistência. Como a resistência pouco podemos alterar, a unidade que podemos influir é o fluxo.
Este fluxo por sua vez também é chamado de débito cardíaco (DC) sendo determinado pela multiplicação entre o volume sistólico (VS) e a freqüência cardíaca (FC).
Se o fluxo (débito cardíaco) é determinado por estas duas variantes, a pressão arterial pode ser regulada se influirmos nestas duas variantes. Portanto os diuréticos alteram o volume sistólico, logo, diminuem a pressão arterial quando utilizados. Já os bradicárdicos, diminuem a freqüência cardíaca, diminuindo assim, também a pressão arterial.

DC = Q = VS x FC = ^P/R

Logo:
Pressão Arterial = R x Q = R x DC = R x VS x FC

Fluxo laminar e turbilhonar –
Quanto mais próximo a parede do vaso, menor a velocidade do sangue.
Obs. O manguito de do aparelho de pressão, realiza no vaso o efeito turbilhão (forma uma obstrução).

Pressão Sangüínea –
É a força exercida pelo sangue sobre qualquer unidade de área da parede vascular. A pressão na artéria aorta é em média = 100 mmHg.
O gráfico abaixo mostra a variação das pressão no percurso do sangue pelo organismo humano.

Condutância –
    Sangue percorrendo o vaso sangüíneo.
    É inversamente proporcional à resistência.
    Condutância = 1/resistência
    - Variações muito pequenas no diâmetro dos vasos alteram significativamente a condutância:
    Condutância = Diâmetro4
Esta relação permite que as arteríolas, principalmente, por sinais neurais ou teciduais regulem o fluxo sangüíneo através de suas paredes elásticas.

Distensibilidade vascular –
    - Importante para manter a pressão arterial quase que inalterada;
    - Produzir um, fluxo sangüíneo contínuo para os tecidos (realizado pelas artérias);
    - Acúmulos de sangue dentro das veias (armazenadoras do organismo).
As veias são consideradas complacentes já que armazenam muita quantidade volumétrica de sangue.

Obs. A pressão de pulso, também chamada de diferencial, é determinada pelo débito sistólico e pela complacência arterial.

Em alguns casos patológicos esta pressão de pulso é alterada como por exemplo na aterosclerose, estenose aórtica entre outras.
Em geral: quanto maior a complacência menor será a velocidade do sangue, o que fisicamente é bem evidente.

Pressão venosa central – pressão atrial direita
Se:
    Coração estiver bombeando com eficiência (com força) = pressão venosa central baixa (não haverá resistência à entrada de sangue no ventrículo direito).
    Coração estiver bombeando sem eficiência (sem força) = pressão venosa central alta, podendo indicar uma insuficiência cardíaca.

A pressão venosa central deve marcar 0mmHg ou até –2mmHg.
Obs. Falência das válvulas venosas = veias varicosas.
    Como sabemos as veias contém válvulas que auxiliam no retorno venoso ao coração, pessoas de mais idade é muito comum observarmos as pernas escurecidas, provavelmente estará havendo deficiência destas válvulas. Nestas pessoas, se ficarem em pé por tempo prolongado, poderá haver edema nas extremidades.
    Devemos também lembrar que além da ação das válvulas no retorno venoso, é fundamental a ação da musculatura estriada esquelética.


Eletrocardiograma – ECG
- O eletrocardiograma é um exame muito usado na prática médica para verificar a propagação do impulso nervoso no músculo cardíaco.
- O ECG padrão é composto:
    - Onda P = despolarização atrial.
    - Complexo QRS = despolarização ventricular.
    - Onda T = repolarização ventricular.

Observe o esquema de um ciclo cardíaco (um único complexo).
Intervalos:
- P-R : entre o início da contração atrial e o início da contração ventricular.
- Q-T : Contração ventricular.

Obs. No infarto do miocárdio observa-se o intervalo S-T apresentando um supra desnivelamento.

Algumas patologias associadas:
1. Taquicardia paroxística: ocorre quando o coração, de forma abrupta, entra em taquicardia normalmente devido a um foco ectópico.
Obs. Pressão sobre os olhos ou sobre os seios carotídeos provocam taquicardia, sendo um procedimento clínico utilizado nesta situação.
2. Fibrilação: há contrações desordenadas do coração. Desencadeada por exemplo por choque elétrico ou isquemia do coração.
3. Flutter atrial: muito semelhante a uma fibrilação só que há uma despolarização em círculo (quando um átrio contrai, o outro relaxa).

Abaixo apresento um esquema de um ECG normal de um paciente.

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